sexta-feira, 13 de março de 2015

Uma pedra.

Tão vazia que mal consigo formar uma frase.
Queria poder não existir, talvez por alguns instantes.
Minha existência é tão insignificante e torduosa para quem comigo a compartilha.
Não desejo o mal a ninguém, queria somente não existir, não conturbar a vida de ninguém.
Não ser mais uma pedra no caminho. Pois é isso que me tornei, uma pedra.
As crianças gostam de mim, e eu as tenho com um amor maior do que a mim mesma.
Ganhar um abraço de uma criança é ótimo e me dá vontade de viver. Elas me abraçam sem pedir e sem me conhecer, como se soubessem o que eu preciso.
Ainda assim, são só momentos.
Talvez pudera eu sonhar em ser novamente uma criança. Época despida de preocupações inúteis e tempo de alegria extrema.
Sei o quanto sou extremista e controversa, mas entre horas vazias e a morte, prefiro a última opção.
Mas covarde que sou, não me atrevo a adiantar essa fase da minha vida, pois sei que meu trabalho na terra ainda nem começou.
Mas por onde começar? Sem tropeços e desanimo. Por onde ir? De onde tirarei forças concretas para realizar o que me é pedido?
Texto desconexo e sem fundamento, assim como meus pensamentos.
Em cima do muro, sempre estive ali, mas agora estou atrás dele, me escondendo de todos, com vergonha da minha própria existencia. Por que viver se estou a ser essa pessoa enfadonha?
Espero que essa angustia cesse e me deixe viver, de alguma maneira. Não aguento mais sofrer.

sexta-feira, 6 de março de 2015

Final do arco-íris

Quero soltar o ar que prendo, que me sufoca. Quero tanto ser feliz. Mas nunca estou animada, nunca estou disposta, nunca estou realmente alegre e contente com o que tenho ou sou.
Talvez a grande chave disso tudo seja ver a vida com outros olhos. Tenho muito medo de me arrepender da vida que tenho caso aconteça alguma coisa com meus pais, por exemplo. Fiquei desempregada e isso já mudou muito minha realidade.
Estive a pegar fotos antigas, ver e rever, quantas fotos de uma infância repleta de coisas boas! Eu nao me preocupava com peso, nem com comida, só brincava e queria ser feliz e eu realmente era, olho para as fotos e me contagio com aquele sorriso. Como eu quero que esse sorriso volte.
Não é mais uma questão de estética. Posso muito bem vomitar todas as refeições, ou fazer combinações farmacológicas muito doidas e emagrecer, mas o preço é alto, eu não estou mais na idade de fazer essas coisas, não tenho mais paciencia. Acho que prefiro ser gorda e feliz do que magra e infeliz, como acontecia. Mesmo eu ficando magra, nunca estava feliz, procurava sempre mais e mais magreza.
Esse é um post vazio, sem muitas explicações. Apenas procuro a minha paz. Escrever me dá paz e é por isso que tenho vindo mais aqui.
Afinal, onde é o final do arco-íris? Será  mesmo que tem um pote de ouro e um monte de coisas boas lá? 
Por hoje, é só. 



quarta-feira, 4 de março de 2015

Dieta cetônica

Bom dia meus lindjos! Hoje acordei, custei acordar, mas acordei de bom humor. No domingo eu acordei mais murcha e estava nos 59 kg, na segunda por desventura do meu transtorno alimentar, comi um monte, não vomitei e ainda engordei 4 quilos! SIM, QUATRO surreais quilos em um dia. Agora me pergunto como isso é possível? Eu bem sei como é, vou contar para vocês e também alertá-los.
Bom, tenho a terrível mania e ilusão de tomar diuréticos para perder água e assim aparentar-me mais magra, o ruim disso tudo é que meu corpo viciou, tomo tem uns 2 anos, já gastei centenas de reais só com isso, e não estou brincando. Diurético é um remédio muito perigoso, você perde em demasia líquido e todo o cloro do seu corpo, é comum ficar com falta de ar e o coração acelerado. Minha pressão já ficou tão baixa que as enfermeiras não davam conta de aferir. Pois então, tinha tomado diurético no sábado e no domingo acordei mais magra, na segunda meu corpo pedia por sódio, eu comi 2 pacotinhos de Sazon, sim puros! Taquei muito sal em toda a comida, e meus dedos mal podiam se encontrar, a noite, quando fui dormir. Eu ia vomitar, mas achei que nesta altura do campeonato, nem compensava mais. Então no outro dia, um choque terrível, 63  kg, há anos não peso isto!
Estou trocando de guarda-roupa, tive que tirar tooodas as roupas dele e colocar na cama, vi que estou cheia de roupas pequenas, PP, P e 36-34. Não tenho roupa que me sirva, pois sofro de um mal que é, comprar roupas na fase em que estou esquelética. Era uma forma, na minha cabeça, de manter o foco, tentar ficar sempre magra. Mas não temos o controle sobre tudo e agora com 10 kg a mais do que costumava pesar, estou sem roupas que me sirvam, a não ser uma ou duas calças 38, e ainda assim custam a fechar. Isso é desesperador.
Então decidi fazer uma dieta, era assim que eu fazia quando tinha meus 16 anos e funcionava. Meu metabolismo não é mais o mesmo, mas eu ainda sou a mesma. Minha primeira dieta foi a dieta cetônica, onde só comia carne, ovos, queijo, gelatina, refri diet, tomate, abobrinha, chuchu e algumas coisas assim. Eu pesava 65 kg, estava com 15 anos, no auge da minha fase gorda, querendo me encaixar, ser bonita e paquerada. Fiz um mês, no começo foi difícil mas depois acostumei e perdi 11 quilos! E não engordei de volta. Vou postar aqui para quem interessar. Estou no meu segundo dia de dieta.

http://www.tuasaude.com/dieta-cetogenica/ 
http://www.dieta.blog.br/dietas-e-cardapios/311-dieta-cetonica-emagreca-5kg-em-uma-semana-garantido
Quem quiser fazer, vem comiiiigo, quero fazer esse mês inteiro, se bem que tem festa aqui sábado, mas vou resistir e em abril estarei com 54 kg de volta. Como dizem os marombas, FOCO, FOCO, FOCO. Vou pensar em como vou ficar, vou voltar a vestir minhas roupas e ficar bem comigo mesma de novo.
Torçam por mim! 

segunda-feira, 2 de março de 2015

Questionamentos limiares

Só eu que tenho a sensação de ser louca?
Pois ter essa vida baseada em ser ou não magra, projetar assim toda sua felicidade nesta questão. Tudo bem pensar assim quando a doença começou, aos 12 anos, mas agora com 24, poxa vida, até quando?
Estou tão cansada, estou aqui escrevendo com o estomago lotado de pipoca e pão! Um dia não faria mal, comer uma pipoquinha e fugir da rotina. ROTINA. A minha rotina é totalmente reversa à de uma pessoa normal, portanto meus questionamentos em relação a isto. Comer pipoca TODOS os dias, de forma compulsiva, vomitar, engordar, tomar remédios, deprimir, fingir sorrir, gastar o tempo me maquiando, gastando o dinheiro dos meus pais.
Por isso as vezes penso que dormindo o mundo é melhor, quero dizer, se eu dormir as pessoas esquecem que eu existo, meus pais não vão mais me criticar e eu não terei de comer. Quero mesmo melhorar, mas confesso que do jeito que sou isto nunca vai acontecer, pois sou uma pessoa que não toma atitude, não tenho animo para a vida. Sim, você está a ler uma depressiva escrever.
Tentei gravar uns vídeos e não consegui, minha aparência depressiva estava na cara, por mais bem feita que minha maquiagem estivesse, não conseguiu tapar a tristeza que estava nos meus olhos.
Sinto que todos ao meu redor sabem que sou depressiva, ou melhor, estou depressiva, e me acham frágil, fingem gostar de mim, me dizem que sou bela, que me maquio bem. Sinto que o mundo esta ali só esperando eu cortar os pulsos para ficar comprovado que sou deprimente. Nota-se que a palavra usada foi deprimente, sou deprimente!
Eu simplesmente não tenho forças e não estou preparada para mudar, não consigo fazer coisas simples, ajudar meus pais e eles estão desistindo de mim, assim como eu mesma desisti a um tempo. Faz tempo que não consigo manter uma dieta regrada, ou ao menos comer como pessoa normal, não estabeleço metas, tive comigo que estou ficando velha e com isso perdendo tudo o que há de bom em mim. Acho que a cada dia que passa meus neuronios se perdem com os remédios que eu tomo, penso que minha saúde não tem tanta vivacidade. Não sou frágil, talvez eu seja fraca.
As vezes queria que as pessoas entendessem que existem dois tipos de pessoas, as fracas e as fortes, ou melhor, dois momentos, da força e da fraqueza, e respeitar isso. Todos passam por cima dos sentimentos e apenas nos estereotipam.
Já não posso dizer que sou somente uma pessoa que sofre de bulimia, pois ela trouxe comigo a melancolia diária, meus altos e baixos, meu maior peso e o menor também, tomar laxantes e diuréticos como se fossem placebo. Enfim, a bulimia foi apenas o start, hoje sou uma pessoa cheia de coisas, abarrotadas, em nós, estes que não consigo desfazê-los, acho que para o meu caso teria de inventar um novo nome de transtorno.
Sabe, meus pais pensam que é somente preguiça, mas não é isso, eu JURO por Deus que não é, juro pela minha avó, é como se algo maior, muito maior que eu não deixasse eu sair do lugar ou não fazer o que tenho que fazer, é como se meu mundo fosse acabar, é um sentimento horrível!
Minha capa de invisibilidade é  a maquiagem, acho que me aperfeiçoei nesta arte, eu realmente amo fazer maquiagem, conheço muito bem o meu rosto e sei como contorna-lo para ficar como eu quero, e é assim que eu gosto que as pessoas pensem que eu sou, bonita e feliz, já que magra não posso ser.
Sabe, acho que falar de magreza não é o x da questão, não passa nem perto, acho que é apenas um assunto que ficou no passado mas minha cabeça ainda pensa que tem a ver. Os tempos passaram e o que eu mais quero hoje é ser feliz, manter meu humor no estado bom o dia inteiro. Conseguir falar bom dia, mas aquele bom dia para que a pessoa se sinta amada e querida e a partir dali começar realmente o dia. Conseguir olhar nos olhos das pessoas enquanto estou conversando. Não ter medo de expor minhas ideias por acha-las fracas ou sem cabimento, queria mostrar mais meu sorriso, mas não estou encontrando razões para sorrir.
Digo, eu encontro razões para agradecer a minha vida, agradeço a Deus pela minha família, que é excepcional, agradeço minha condição de ser humano, agradeço a educação que tive e a vida que meus pais me proporcionaram até agora. Acho que o erro está somente em mim, e eu não sei como conserta-lo, estou um pouco cansada de ir a psciologos, psiquiatras, nutricionistas e não adiantar em nada, porque não tenho força de vontade, vegeto.



Não sei se é bom eu idolatrar a Marilyn Monroe, mas me identifico tanto com os dramas pessoais dela, com as crises para dormir e outras sobre questionamentos existenciais. Aprecio acima de tudo o dom que ela possuia de atuar, de ser simpática e querida, tratar bem todo mundo, socialmente, enquanto por dentro havia solidão, sempre sozinha, como ela mesma dizia. Se olhar bem as fotos de Norma Jeane perceberá que o olhar dela é triste, na maioria deles, mas confesso que diante das cameras ela consegue ludibriar este fato com muita sabedoria. Era isso que eu queria saber fazer, pelo menos isso. Mas estou preferindo ser feliz e não fingir, ou seja, ser feliz na frente e atras das câmeras.
Rezo para que esse dia não se tarde. Amo vocês, todos.
Beijos, Polly.