sábado, 25 de junho de 2016

Há tempos

Pior dia da minha vida

Há tempos não me sentia tão miserável, perdida no tempo, desprezível e etc. Sempre pensei que quando fosse adulta eu não teria estes problemas e vejo hoje, eles são cotidianos. Não sei como lidar, rs.
Tive uma crise de pânico, coisa que vem ocorrendo bastante comigo. Foi horrível. Tudo baseado em ir ou não a um evento, com um pessoal super bacana, eu me entusiasmei muito com a ideia do reencontro da minha turma do colegial, vai fazer dez anos daqui dois anos, tem um baita tempo que não os vejo. Combinei de ir e nos 45 do segundo tempo, desisti.
Mas não pensem que essa minha desistência foi fácil, passei o dia sofrendo com isso. E quando digo sofrendo, é psicologicamente e fisicamente.
Senti meu coração sair pela boca, um choro entalado, mãos suando, um mal estar horrível. Eu estava em sala de aula e de repente, me desliguei, Apenas corpo presente, minha mente estava não sei onde, mas muito distante do meu corpo. Isso me deixou muito frustrada, pois já perdi a memória devido à depressão, fiquei tres dias com a mente fora de mim, e não lembrava nada do que tinha acontecido. As pessoas conversavam comigo e eu nao conseguia ouvi-las, juro por Deus! No quarto dia eu tive relapsos dos acontecimentos, neste dia tive um trabalho para entregar, era de dificuldade mediana, mas eu não conseguia resolver uma linha sequer do cálculo. Uma amiga tentou me ajudar, mas eu não ouvia o que ela falava, não conseguia concentrar.
Neste mesmo dia, eu fiquei responsável por escrever um relatório na aula de robótica, e não conseguia escrever as palavras, nadinha, minha memória estava dormindo, completamente. Nesta época, tem 3 anos, eu tranquei a faculdade de engenharia, onde eu era a representante do curso e simplesmente nunca mais voltei.
Tenho pensado, meu medo, minha ansiedade, minhas neuras criadas pela minha mente vem me atrapalhando muito. E quando sabemos se isso é patológico? Quando começa a afetar a sua vida amorosa, profissional, social e etc.
Quero ficar sozinha, um grupo com mais de 4 pessoas diferentes já me deixa super desconfortável.
Hoje foi o pior dia da minha vida, por ter ataque da síndrome do pânico, me sentir culpada por dizer que ia à uma festa e não ir, medo de decepcionar meus amigos, medo de eles nunca mais me chamarem para outra festa. Mas no estado em que eu estou, curtir uma festa, mesmo que com ótimas companhias, eu não conseguiria. Sim, você deve estar pensando, que eu deveria ter ido e enfrentado esse pânico. Mas infelizmente o pânico venceu e eu estou no meu quarto, escrevendo. Ao menos estou fazendo algo que gosto, e muito.
Chorei litros, chorei por estar acima do peso, por ter engordado 12 kg em dois meses, por ter comprado um remédio de 300 reais (sem poder) e ele não está fazendo nem cocegas. Chorei por amor, por achar que eu não posso ser amada, por achar que eu não tenho conserto, que estou estragada, com toda essa depressão, pânico, bulimia e ansiedade.
Isolar não é a solução, é o conforto. Ainda não sei como sair dele. Confesso que coisas horríveis passaram novamente pela minha cabeça. Mas isso passa, porém as crises são terríveis.
Escrevo tentando passar para vocês minha experiencia. Eu deveria estar no churrasco "curtindo" com a "galera"? Pensei que o aconchego da minha família seria muito melhor. Sei que devo me socializar, mas a Polly social, não é a Polly. Geralmente interagir com muitas pessoas e sair, ir em festas, é sempre muito difícil para mim. Me sinto perdida, sou a primeira a querer ir embora, essas coisas.
Eu iria escrever muito mais, juro. Mas acho que minha mente já sofreu demais por hoje. Espero que com meus relatos, alguém que se identifique converse comigo a respeito, ou que sirva de exemplo para não chegarem a este ponto, de alguma forma.
Por hoje é só, beijo no coração de cada um de vocês.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Continuo depois...

Desta vez eu realmente demorei a voltar. Por vários motivos. Daria um post-lista só deles.
Vamos lá, engordei? SIM. E muito! Não quero falar sobre meu peso, o número. É realmente embaraçoso, engordei em um mês dez quilos.
Estou cansada, acho que este é o adjetivo e o sentimento mais real que eu tenho estado, cansada.
Cansada deste blog, cansada desta vida de anorexia e bulimia, cansada de vomitar, de comer em demasia e não conseguir parar, eu simplesmente NÃO CONSIGO PARAR. Sabe? Mas é tão difícil! Muito difícil, se fosse fácil, este blog não teria três anos de existência e em todos estes posts eu não teria relatado tantas coisas, teria passado por tantos pesos, do size 0 ao size 100!
Não é que pesar mais do 60-70 seja errado, ou que pesar menos do que 50 seja bom. Na verdade nenhuma dessas coisas são verdadeiras.
Já pesei mais do que 60 e me senti bem, estava realmente bonita, meu cabelo estava saudável, eu tinha brilho no olhar e meus dentes estavam saudáveis, tinha corpo de mulher, os homens olham para mulheres assim (apenas quis dizer que desperta o interesse).
Com menos de 50 kg eu não conseguia sair de casa, minha carne comia a própria carne, eu não conseguia me alimentar, minha voz chegou a sumir, perdi minha memória durante três dias, meu cabelo caia em montes pela casa, meu rosto não tinha expressão que fizesse-o belo, nenhuma maquiagem me dava brilho aos olhos, os queridos 45 e 46 kg não eram tão bonitos assim, mesmo assim eu não conseguia engordar, não achava que era certo, pois nunca havia chegado neste ponto, não podia mudar. Mesmo com a pele roxeada, mesmo perdendo todo o seio, o bumbum, quando todas as suas roupas ficam largas, nada te serve, tudo fica muito, muito feio e daí nenhum homem olha para você, e todos falam que você está magra demais e que devia engordar, mas você não acredita. Mas é verdade,você realmente está feia, magra e doente.
Mas a questão é, o equilibrio. São extremos, o equilibrio é a meta! Eu não quero pesar 45kg novamente e ver somente ossos e dar um sorriso e ver uma caveira no espelho! Mas também não quero recair e voltar aos meus 72kg e dar um sorriso e ver uma lua cheia no espelho!
Acho que vai além do que a imagem representa, quero sorrir e me sentir bem, independente do que o espelho representar.

(continuo depois..._)